II - Estendo a corda
estendo a corda documento todo bater de asas de um pernilongo os insetos me deixam sublimada em prazer acordaria uma mosca todos os dias se preciso for estar em todos momentos memoráveis do mundo ficar calada assistindo ministros e coincidências anônimas ninguém vai lembrar do beijo isso é a preciosidade eu quero saber que horas o sol se põe em wuhan eu quero saber quanto tá o quilo de salmão por lá relatar em pétreo diário na língua que estou criando pra não ser descoberta o que sei só eu vou saber qual bicho vai ser tirado amanhã no sorteio do bicho o vencedor da próxima eleição e quem vai depor ele saber de tudo isso e guardar pelo riso de ver você vir sentar nessa cadeira de plástico quebrada e mentir sem querer, só por não saber de tudo por não ter passado uma vida inseto invisível ao mesmo tempo perseguido sem querer, só por não saber de tudo não saber de tudo que eu sei e você não